Por natureza, [Eros] nem é mortal nem imortal, porém num só dia floresce e vive, ou morre para renascer logo depois, quando tudo lhe corre bem, de acordo, sempre, com a natureza paterna. O que adquire hoje, perde amanhã, de forma que Eros nunca é rico nem pobre e se encontra sempre a meio caminho da sabedoria e da ignorância. E a razão é a seguinte: nenhum dos deuses se dedica à Filosofia nem deseja ficar sábio – pois isso ele já é – tal como entre os homens não precisa filosofar quem já é sábio. Por outro lado, os ignorantes também não se dedicam à Filosofia nem procuram ficar sábios. A ignorância apresenta esse defeito capital: é que, não sendo nem bela nem boa nem inteligente, considera-se muito bem-dotada de todos esses predicados. Quem não sente necessidade de alguma coisa, não deseja vir a possuir aquilo de cuja falta não se apercebe. PLATÃO. O banquete. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Ed. UFPA, 2011. p. 153. Considerando o texto platônico, a atitude filosófica se desenvolve na medida em que o filósofo. a) alcança o mesmo grau de inteligência dos deuses. b) elabora teorias complexas a partir do saber comum. c) evita o convívio com indivíduos de baixa escolaridade. d) recusa a opinião da maioria como critério de verdade. e) reprova os artistas depreciadores dos ideais de beleza.