resposta:
o absolutismo monárquico desenvolveu-se na europa moderna com vistas a solucionar o problema das guerras civis religiosas e permaneceu como modelo político até o século xviii.
explicação:
no início da era moderna alguns acontecimentos foram determinantes: o desenvolvimento da ciência e das artes e as reformas protestantes estão entre eles. como consequência desse último fenômeno, sobreveio ao continente europeu uma desestruturação progressiva do chamado sacro império romano-germânico, que havia se desenvolvido ainda na idade média. a partir disso, começaram as guerras civis religiosas, que provocaram um caos político. essa situação caótica exigia um novo modelo político como resposta. esse novo modelo foi o estado absolutista, ou simplesmente absolutismo.
o absolutismo consistia na concentração do poder político integralmente na figura do rei, do monarca. ao rei era atribuída a legitimidade das instituições políticas, o fundamento da lei. por isso, o termo que o caracteriza vem do adjetivo absoluto, que vige acima de todos. o fenômeno do absolutismo monárquico foi construído tanto pela autoridade e prestígio que a aristocracia guerreira conferia aos monarcas quanto pela necessidade de formação de estados nacionais fortes, com fronteiras muito bem delimitadas e que conseguissem oferecer segurança e confiança aos seus súditos.
na península ibérica, a formação dos reinos espanhol e português esteve no despontamento do estado monárquico absolutista. em seguida, ocorreu a formação das monarquias francesa e inglesa, e assim sucessivamente. o exemplo considerado mais bem acabado do absolutismo é o de luís xiv (1638-1715), monarca francês considerado o “rei sol”. é de luís xvi a frase famosa que muitos historiadores afirmaram ser a síntese do absolutismo: “o estado sou eu”. essa frase, em suma, significa: as instituições que comandam a nação (poderes legislativo, executivo e judiciário) estão personificadas na figura do rei.
desse modo, o corpo da população de um estado absolutista não era um corpo de cidadãos, cuja soberania é garantida por uma carta constitucional, tal como hoje vigora no mundo ocidental. o corpo da população era constituído de súditos do rei, ainda em um regime muito semelhante ao da idade média. era do rei que emanava a soberania, e não do povo e das instituições.
os grandes teóricos do absolutismo monárquico foram jean bodin e o cardeal de richelieu. todavia, muitos filósofos do início da modernidade debruçaram-se sobre a necessidade de um poder político que desse fim às guerras civis religiosas, tais como thomas hobbes, thomas morus, espinoza e john locke.
o modelo do estado absolutista começou a entrar em com a revolução francesa (1789), então aclimatada com ideais derivados do iluminismo, que rejeitavam profundamente esse modelo político de alianças aristocráticas. a burguesia foi a principal protagonista da referida revolução e, na época, brigava por representação política – elemento que não lhe era conferido pelo modelo do absolutismo monárquico.